terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ládano, arguto, inexorável sentimento

O que te faz sonhar enquanto não dorme? O que te faz brilhar os olhos até quando os tem fechados? O que deixa ébrio na plenitude da tua sobriedade? Inexplicavelmente, coisas acontecem na tua vida, e melhor é não querer tudo explicado, sagaz é aquele que aproveita esses momentos de deleite, tal qual aproveitar o supra-sumo do melhor gosto que te agrada. Ardilosa é esta danada desta sensação que não hesita em te acontecer, assim, capciosamente, falaz e certeiramente inexplicável. Inefável e indizível, e como diria o famoso sucupirano, copiado por esse quase balzaquiano que vos registra, sentimento “apenasmente” sentido. Com os seus sentidos e assentamentos no fundo do coração, que facilmente perfura o epicárdio e não pára, naturalmente transpassa pericárdio, miocárdio e endocárdio, e tantas outras mais camadas houvesse, e se instala. Ousadia determinar o que seria, e dessa não me arrisco, tão somente me permito sentir. Sou seu e me entrego.

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