terça-feira, 15 de setembro de 2009

Reflexões

Momentos hão em minha vida em que sinto uma profunda necessidade de escrever. Escrever sobre tudo, mas o tudo se resume a nada diante da imensa pilha de sentimentos em minha cabeça. Dor, sofrimento, alegria, amor, todos eles atrelados uns aos outros, que me tomam à mente e ao pulso, que pulsam fervorosos pensamentos, que somente transcorrem em meu ser, fazendo um elo entre o que escrevo e o que penso. Cópia fiel dos meus pensamentos, que me tomam em tremenda amargura ao lê-los e relê-los, onde dentro de mim mesmo faço reflexões jamais imagináveis, de tamanha discordância ao que quero. E assim vou vivendo um amor em vida morto.
Marcos Fernandes - há tempos longínquos...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Renascença

Depois de seu ato incompreensível, sentiu na boca um gosto de morte, o que realmente acontecera. Traçou um caminho nada confortável, bastante tortuoso, muito diferente do que imaginava. Tinha uma visão extraordinária em relação à morte, tudo seria lindo, sairia de um plano de sofrimento, de dor, de eterna consternação, e seriam consolados por uma imensa benevolência dos anjos, arcanjos e todas as figuras celestiais que ali o cercariam. Mas não! Depois percebera que era realmente só sua imaginação, sua visão de uma coisa que não se tem certeza ainda em vida. E o tempo que ele levou para pensar nessa beleza de morte, foi o tempo de um simples fechar de olhos, depois de ver a sua vida lhe dando a morte. Fechava os olhos, pois em vida não veria mais, mas piscava os olhos, pois entrava em outro mundo, aquele mundo que achava que era bonito, mundo o qual sorria antes de entrar, e que até hoje o sorriso se faz presente naquele mórbido e imóvel corpo, corroído por vermes que surgiam de dentro para fora, a sua consciência que o corroera antes de qualquer agente terrestre. Mas na verdade, a beleza que lhe parecia fazia sentido, buscara enfim as perguntas para sua resposta, e seria lindo solucionar seus problemas, no entanto buscara a dor, e não encontrara a solução. Percebera então que uma única coisa fazia sentido, a vida! Então se perguntara o porque de ter se matado, o porque de ter sido assassinado por sua própria consciência, se agora sua consciência já era outra? Depois de muito refletir, achara a solução, ou ao menos a charada: sua consciência não mudara, simplesmente renascera diante da morte de quem o matava pouco a pouco.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Uma tarde em novembro de dois mil e oito.

Um dia disseram que era melhor morrer do que deixar de sorrir... Forte engano! A tristeza, assim como a alegria é dos maiores indícios de humanidade... Quimérico, utópico viver sempre em felicidade. O constante torpor em virtude da felicidade é vão. É a tristeza que produz a felicidade, sentimento análogo, desejo incomum, porém um desejo.
A morte! Ah a morte. Sim, ela não é solução, seria no máximo um consolo. Não seria nada catártico. A catarse sim é importante, a expurgação dos sentimentos sim é válida. O problema não está em ser triste, mas sim em não assumir que assim o é.
Se Rimbaud ou Assis fossem plenamente felizes, certamente não seriam Rimbaud e Assis! Até os anjos de Augusto são tristes, mas não deixam de ser belos, nem perdem sua candura.
A tristeza é marca da humanidade.
Policarpo teve seu triste fim, Augusto e seus anjinhos eram tristes. Assis e seu machado eram só tristeza. Os vampiros de Baudelaire choravam lágrimas de sangue e apunhalavam por amor.
Marcos Fernandes - novembro de 2008