sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vous parlez français?

Non? Pas moi. Mais mes mots ne sont pas fonteiras, toujours chercher la vérité dans chaque verset, indépendamment de la langue. Vous pouvez être le mien, peut être la vôtre. Peu importe! Parler!
Ne jamais plier à la faute professionnelle de la tyrannie du silence. Viva!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Amarração

Uma vez me disseram
para amarrar um poema.
Preferi costurá-lo.
Pego linha e agulha,
e as ponho na ponta da caneta,
e essa me empulha,
a danada da costura
só descostura.
E na tentativa frustrada,
vejo meu texto se transformar em água,
cada gota de letra se esvai,
e no bueiro cai.
E lá se vai aquela bela porcaria,
que um dia me disseram
ser uma boa poesia.


Marcos Fernandes (2004)

terça-feira, 28 de julho de 2009

A tristeza do não saber


Um dia ele chegou tão diferente, mas não do jeito que reza o Chico. Chegou assim bastante diferente de sempre chegar, tristeza era seu nome, ao menos seu apelido, já que sempre estava feliz. Ou será que ele é na verdade um bom farsante? E sendo assim, sua farsa foi abaixo. Não se sabia ao certo o que lhe abatera de tal forma tão arrebatador. O que se sabia, e é certo, pouco tempo levasse, não demoraria para que algo de desastroso acontecesse. Sua conduta mudara radicalmente, abandonando o normal estado de calma que lhe fora roubado pelo desastroso e não menos desconhecido acontecimento.
Todos realmente se questionavam por assistirem tal conduta, o que será que de fato acontecera para tamanha revolta. Debatia-se tal qual enfermo; chorava tal qual recém nascido; berrava como jamais se ouviu. Algo de súbito lhe ocorreu, justo na hora em que decidira se acalmar e abrir seu coração, tão pouco pode completar-lhe a frase: “Demasiado triste estou...”. A morte foi iminente, e fulminante.

domingo, 26 de julho de 2009

Inférteis pensamentos

Ultimamente, eu que tenho ficado um pouco mais disponível ao pensamento, começo a perceber que tenho relutado bastante a pensar. Confesso que seria até mais fácil como antes era, sem o compromisso de trabalhar e receber algo em troca. Engraçado, antes era mais fácil. O pensamento fluía mais facilmente, mas hoje fico pensando que na verdade o que acontecia é que as coisas que pensava eram menos complexas do que penso hoje. Talvez, ou possa ser ledo engano meu. Quiçá, este pensamento de achar que tudo é muito mais complexo do que outrora, seja apenas uma fuga às respostas que já estão na ponta da língua sobre este meu questionamento.
Provavelmente há alguma explicação mais simples, que gaste duas ou três palavras, mas confesso que reluto ao menos a imaginar.