É.... e ele inesperadamente sorriu. Sorriu sim! Aquele mesmo sorriso amarelo e sem graça de tempos atrás. Não que ele não tentasse ou que fosse questão cultural, é que ele era sem graça mesmo. E o sorriso não era amarelo por ele simplesmente ser desprovido de humor, é que o infeliz era quase transparente, vivia num estado de anemia constante, mas aí confesso que não é questão patológica, e sim geográfica mesmo. O maldito era inglês, autêntico, com selinho e tudo mais. Daqueles que fica parecendo um camarão quando vai à praia, e esse fica mais importante para os malandros, um objeto de status: camarão importado!
Acho que da última vez que esteve aqui comigo, só levou vantagem para os outros “camaroeszinhos”, por saber umas vinte outras palavras que não fossem: caipirinha, brazil, mulata, carnaval, legal e samba; e diga-se de passagem que nessa última não levava vantagem alguma, era duro como uma pedra. Nessa mesma vez, fomos a um forró logo aqui longe de casa, e esse dia foi um dos mais engraçados, não para ele, com toda certeza, até porque não podemos esquecer de que ele não é nada engraçado, o fato é que a cada “dois pra lá”, ele dava “três pra cá”, demonstrando ser um antro de coordenação às avessas.
O mais engraçado foi que eu estava sentado à mesa do bar, quando vi um rapaz aproximando-se de uma bela mulata, então ela a chama para dançar. Na primeira pisada de pé que ele deu, a danada da mulata deu-lhe um tapa e deixou o coitado sozinho na pista. E você se pergunta: - “O que tem de tão engraçado nisso?” – é, mas acontece que de repente, o camarão, que era um tanto quanto desastrado por natureza, passou pela mulata, deu um chute na mesa, derrubou os copos, e então esperou aprender um novo palavrão, mas surpreendentemente a mulata riu um sorriso falso, chamou-o para sentar e ainda perguntou se ele estava bem. Talvez a altura, os olhos azuis, os cabelos loiros, a pele branca (que não estava tão branca porque estivemos na praia mais cedo), tenham afetado o sistema emocional da mulata, que fez com que ela ficasse comovida com aquele desastre. E logo depois de toda essa confusão, ele conseguiu praticar seu vocabulário; ela disparou milhões de perguntas, – “Você está bem?” – “Quer que eu ajude?” – “Você está ferido?” – “Quer beber alguma coisa?”... E ele então só conseguiu dizer: – “Legal”.
Acho que foi nesse dia que ele aprendeu a palavra gostosa. Ele me chamou para sentar à mesa com eles, me puxou de lado e me perguntou o que dizer, e então eu não podia perder a oportunidade de brincar, disse para chamá-la de morena gostosa; pensando eu que ele levaria um “beautiful” tapa, mas para meu engano, ela se derreteu com aquele sotaque enrolado, pegou na coxa dele e disse: – “Meu gringo lindo!”. Eu fiquei indignado, um dia eu chamei uma morena de gostosa, e ela, além do tapa, inteligentemente me disse: – “Sou gostosa mesmo, mas você jamais irá provar!”
Acho que da última vez que esteve aqui comigo, só levou vantagem para os outros “camaroeszinhos”, por saber umas vinte outras palavras que não fossem: caipirinha, brazil, mulata, carnaval, legal e samba; e diga-se de passagem que nessa última não levava vantagem alguma, era duro como uma pedra. Nessa mesma vez, fomos a um forró logo aqui longe de casa, e esse dia foi um dos mais engraçados, não para ele, com toda certeza, até porque não podemos esquecer de que ele não é nada engraçado, o fato é que a cada “dois pra lá”, ele dava “três pra cá”, demonstrando ser um antro de coordenação às avessas.
O mais engraçado foi que eu estava sentado à mesa do bar, quando vi um rapaz aproximando-se de uma bela mulata, então ela a chama para dançar. Na primeira pisada de pé que ele deu, a danada da mulata deu-lhe um tapa e deixou o coitado sozinho na pista. E você se pergunta: - “O que tem de tão engraçado nisso?” – é, mas acontece que de repente, o camarão, que era um tanto quanto desastrado por natureza, passou pela mulata, deu um chute na mesa, derrubou os copos, e então esperou aprender um novo palavrão, mas surpreendentemente a mulata riu um sorriso falso, chamou-o para sentar e ainda perguntou se ele estava bem. Talvez a altura, os olhos azuis, os cabelos loiros, a pele branca (que não estava tão branca porque estivemos na praia mais cedo), tenham afetado o sistema emocional da mulata, que fez com que ela ficasse comovida com aquele desastre. E logo depois de toda essa confusão, ele conseguiu praticar seu vocabulário; ela disparou milhões de perguntas, – “Você está bem?” – “Quer que eu ajude?” – “Você está ferido?” – “Quer beber alguma coisa?”... E ele então só conseguiu dizer: – “Legal”.
Acho que foi nesse dia que ele aprendeu a palavra gostosa. Ele me chamou para sentar à mesa com eles, me puxou de lado e me perguntou o que dizer, e então eu não podia perder a oportunidade de brincar, disse para chamá-la de morena gostosa; pensando eu que ele levaria um “beautiful” tapa, mas para meu engano, ela se derreteu com aquele sotaque enrolado, pegou na coxa dele e disse: – “Meu gringo lindo!”. Eu fiquei indignado, um dia eu chamei uma morena de gostosa, e ela, além do tapa, inteligentemente me disse: – “Sou gostosa mesmo, mas você jamais irá provar!”