segunda-feira, 20 de abril de 2009

Dia Feliz

Um dia feliz,
Onde as crianças eram mais alegres,
as rosas eram mais rosas,
o verde era mais verde,
o amor se fez amar.
Quando o dia se fez realmente dia.
Esse dia tem que ter acontecido.
Há de acontecer novamente
para tirar a fúria descontrolada
dos incontroláveis corações desobedientes.
Obedeçamos às regras da vida!
Trazer amor ao mundo,
para que as crianças
sejam instrumentos de paz.
Para que sejam alegres como antes eram.
Para tirar a palidez das rosas,
e que do verde vívido
se faça esperança
para viver um amor
adormecido, mas jamais enfraquecido.

Marcos Fernandes

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Caminhada

Ele caminhava e caminhava, e nada encontrava. Começou a correr, correr em busca da escuridão. E então, num medíocre instante, ele tropeçou e caiu no chão furando os dois olhos e finalmente achou a escuridão. Mas ele ainda não estava satisfeito, faltava-lhe ainda alguma coisa. Ele ainda não tinha certeza do que faltava, mas sabia que não podia seguir, o medo o consumia, arranhava sua alma que gritava desesperadamente, a angustia estava tomando conta, e o seu medo não era nada comparado à dor que sentia agora, era algo que roubava toda a sua alegria e transformava tudo ao seu redor em tristeza, morbidez e agonia, então ele se levanta e continua. Continua sem direção. Numa vertigem ele mergulhava desesperado, buscando alívio para a sua infinita agonia, e o frêmito nervoso que o tomou de súbito percorreu todo o seu corpo já despedaçado por séculos de uma procura inútil num vôo rasante por sobre a mediocridade humana... E de repente, em meio à profusão insone de pensamentos desmedidos, finalmente que atracara num porto calmo, o barco quimérico da segunda oportunidade que esperou por milênios, então com aquela arma em punho encontrou-se finalmente consigo mesmo, pois, abandonando a pena, chave da alma dos poetas, preferiu o fogo, chave das portas do mundo, pois quando se manda uma bala no peito de um homem, é como se ele mesmo entrasse nesse peito, e o peito do homem... É o mundo!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Dia cinza

Hoje o dia amanheceu mais escuro... senti um sutil tom de cinza no céu. Não ouvi pássaros cantarem... o mar estava levemente revolto! Um peso terrível em meu corpo, algo me corroia por dentro... Quisera eu saber o que me tomava. Antes não soubesse! Ela se vai, mas junto com ela meu coração... O mundo vai continuar cinza. Pobres dos pássaros, ficarão eternamente tristes sem cantar... E como uma providência divina, clarear o mundo irei, assim como irei embora para nunca mais ver a fúria do mar... Que os pássaros me sigam, mesmo que de vez em quando caia um pardal! Se não for agora, será depois. Se não for depois, será agora. E se não for agora, então será depois...