terça-feira, 20 de outubro de 2009

Meu inferno, meu mundo

O caminho mais profundo
De encontro ao inóspito.
Um deserto imundo,
O mal feitor recôndito.

A mais horrível figura
Em imperfeita clausura,
Controlando desejo e ambição,
Conduzindo pensamentos
E os tormentos da sedução.

Da ternura ao pecado
Aquele sentimento imaculado
Levado ao terror.
O prazer do ciúme
Ocasiona horror
No mais alto cume.

O homem ignóbil
Tecendo retalho inconsútil
Com a linha quimérica
Do prazer vil
Que nem a si serviu.

Parte da América
E contagia o mundo
Tornando imundo
O transfigurado singelo.
Enquanto o nojo profundo
Corroe a face do belo,
O homem liberto
Prende-se no maior deserto,
Caminhando sobre sentimentos
Transformando-os em pedaços sebentos.



Marcos Fernandes

sábado, 17 de outubro de 2009

Sentimento

Que sentimento é esse que entra sem pedir permissão? Penetra sem pedir licença, sem ao menos saber se irá marcar ou machucar? Que cuidados ele tem quando se instala? O que podemos fazer além de sentir? O que nos cabe dizer ou fazer contra ou a favor?

Em que momento percebe-se que o que estamos sentindo por necessidade, vontade ou desejo? Como saber se é bom ou ruim? É certo que bom assim o é, e se diferente fosse, demasiado triste seria. A felicidade toma conta.