segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Felicidade

Hoje tudo muda de cor... a beleza que parecia escorrer entre os dedos, tal qual água, hoje toma conta das minhas mão, que não são mais trêmulas... e sendo assim, firmes, tocam teu rosto num gesto de contemplação.

A felicidade e alegria sim, hoje invadem avassaladoramente, e ela toma conta dos espaços vazios, preenchendo e usurpando-os... melhor assim...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Olhos de lua...

Hoje a lua nasceu indiscutivelmente linda... Desde a tarde observei-a ensaiar seus passos, como uma prévia dos seus encantos de amor. Ao anoitecer, linda, cheia, esplendorosa, repleta de luz, clareada pelos olhos daquela espectadora especial, que certamente ao fechar seus olhos, vai recolhendo de volta toda a sua candura, reservando para a noite seguinte, o brilho dos olhos que insistem com razão, em sempre voltar...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

De coração aberto

Hoje me sinto mais feliz... Aos poucos a tristeza que mora em meu peito vai saindo sem deixar saudades. É como se eu experimentasse uma sensação nova, de reconhecer a alegria em mim. Sim, parece nova, não por nunca ter sido alegre, mas por não me lembrar mais de quando fui. Sorrir sem motivo parecia ser bobagem, hoje, passa a ser bobagem não sorrir.

Os olhos claream pelos reflexos dos olhos daquela criatura, e toda aquela escuridão parece não ter existido, ou ao menos não tivesse importância mais...

Como se aquele dia feliz que eu tivesse previsto estivesse cada vez mais perto. Sinto a necessidade extrema de compartilhar tudo o que há na minha cabeça. Assim, sem mais nenhum medo, de coração aberto...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Eu sou assim...

O poeta dos versos sem fim, o sofrido do coração sem cura... aquele que dura em triste pena, aquele a quem não se permite pena, o que não rouba a cena e nada preenche... Sou aquele que sempre se apaga e não se paga... Sou aquele que sofre calado, que chora em pé e não se dá ao luxo de ficar sentado...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Humano

O descontentamento é inerente à humanidade. Não posso fugir! Nem me compete descobrir o motivo, nem pretendo descobrí-lo, porque se assim o fizesse, não mais insatisfeito seria. Preciso preservar a minha humanidade. O descontentamento é inerente à humanidade!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Não sei o que se passa...

Não sei ao certo o que se passa comigo. Juro que não sei. Mas nem jurar precisaria, já que só quem sofre sou eu! Ou ao menos eu sofro mais. E assim vou preferindo estar, para que eu possa sofrer sozinho, não quero mais levar ninguém para onde estou, só quero que alguém me acompanhe quando tudo estiver melhor, quando esse alguém não precise sofrer por mim quando não queira. É certo que pode parecer egoísmo me negar ou negar a outra pessoa o que de repente possa lhe parecer bom, mas é puro protecionismo, primeiramente com outrem, depois comigo. Não há de dar certo algo que começa errado! Tenho sentido isso na pele. E feito algumas pessoas sofrerem, por carregar essas máculas. Não quero, não devo, não posso! Quero sair logo dessa, respirar um pouco. O que eu queria mesmo era poder encontrar, agora, alguém que me dissesse que tudo isso é uma grande besteira e que iria me puxar de onde estou, e caminhar comigo.

Marcos Fernandes

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Silenciado

No auge do aperto,

Grito!

No mínimo do concerto,

Grito!

.

No auge do grito,

Desespero.

No mínimo do grito,

Destempero.

.

Aperto, grito,

Grito, aperto.

.

O que não tem conserto,

Conflito.

Então faz-se concerto,

É grito!

...

Marcos Fernandes

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Como sabes que amas?

Uma vez me perguntaram:

- Como sabes que me ama?

E eu não soube explicar, mas insistia dizer que amava, não sabia dizer como, mas amava. Quem estava certo? Aquele que não acreditava, ou aquele que insistia não saber?

terça-feira, 29 de junho de 2010

Passado

Estou me desvencilhando de tudo o que há de físico no meu passado. Já o que está na minha cabeça vai perdurar por um bom tempo, até que eu me engane e finja que esqueci.

domingo, 27 de junho de 2010

Alma minha

Alma velha. Amo meu filho antes mesmo de ele nascer. A existência está além do pragmatismo humano.

De origem não explicada, surgi. Talvez candura, talvez trevas. Um ou outro, tanto faz! Não sei se o choro foi de dor ou de alívio, a mim não compete classificações de sentimentos, apenas sinto-os. Apenas.

Alma velha, já nasci grande, grande por dentro. Até o momento em que dentro e fora se tornou um lado só. Um ser de um lado só, de diversos lados. Diversos. Sem classificações, sem juízos de valor ou realidade, só realidade, crua, fria, quente, nua.

A loucura tomou conta de mim, pois eu já não tomo conta dela há tempos.

Marcos Fernandes

domingo, 6 de junho de 2010

Fragmentos... o Prelúdio

A noite, assim como o dia, te mostra o medo e a desconfiança na raça humana. Seu corpo se dilatava nas mentiras contadas por quem fingia te amar. E você? Você fingia não escutar aquelas coisas assombrosas. E no auge dos pesadelos, era em mim que buscavas encontrar esperanças. Se teu corpo se arrastava por dias, era na esperança de encontrar luta em mim ao fechar teus olhos.



Fragmento de texto de autoria de Camila Buarque e Marcos Fernandes, O Prelúdio.

domingo, 18 de abril de 2010

Tempo de renovação

Preciso não dormir, até se consumar o meu tempo, assim como foi à Chico. E tudo deve mudar, tudo deve ser renovado. As esperanças e atitudes. Estou sempre aberto ao novo, mas nem sempre acerto. Escutar, falar, sutileza, tudo isso agora deve contar.

domingo, 28 de março de 2010

Dor de não chorar

Hoje sinto uma vontade de chorar, mas isso somente não me basta para que eu consiga fazê-lo. Em muito falta para que essa vontade se realize. A lágrima, que brota desde seu âmago, e percorre seu corpo em pouquíssimo tempo, e como se arrebatadora fosse, transforma-se em vontade, apenas vontade. Demasiado triste não chorar, pior que não sorrir. Essa vontade vai te consumindo aos poucos, e a cada pouco, um muito de tristeza se acomoda. Como se não bastasse a dor que faz querer chorar, persiste em mim a dor de não chorar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"Morreria se me fosse vedado escrever?"

Às vezes me pergunto, assim como à Kappus foi perguntado: "Morreria se me fosse vedado escrever?" Me pego sentindo que existe a necessidade de escrever em mim, e ao mesmo tempo me vejo nao escrevendo e acumulando milhões de pensamentos que resvalam de lado à outro dentro da minha cabeça, tal qual projéteis disparados, recocheteando de canto à outro, sem destino, sem alvo, procurando uma folha de papel para furar, e não encontrando, pára no primeiro canto, como se perdesse a força, e inútil fosse. Nem mata, nem faz viver.