quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Uma tarde em novembro de dois mil e oito.

Um dia disseram que era melhor morrer do que deixar de sorrir... Forte engano! A tristeza, assim como a alegria é dos maiores indícios de humanidade... Quimérico, utópico viver sempre em felicidade. O constante torpor em virtude da felicidade é vão. É a tristeza que produz a felicidade, sentimento análogo, desejo incomum, porém um desejo.
A morte! Ah a morte. Sim, ela não é solução, seria no máximo um consolo. Não seria nada catártico. A catarse sim é importante, a expurgação dos sentimentos sim é válida. O problema não está em ser triste, mas sim em não assumir que assim o é.
Se Rimbaud ou Assis fossem plenamente felizes, certamente não seriam Rimbaud e Assis! Até os anjos de Augusto são tristes, mas não deixam de ser belos, nem perdem sua candura.
A tristeza é marca da humanidade.
Policarpo teve seu triste fim, Augusto e seus anjinhos eram tristes. Assis e seu machado eram só tristeza. Os vampiros de Baudelaire choravam lágrimas de sangue e apunhalavam por amor.
Marcos Fernandes - novembro de 2008

2 comentários:

  1. "O problema não está em ser triste, mas sim em não assumir que assim o é."

    Você disse TUDO, vou guardar pra mim ... :)

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  2. Fico lisonjeado ao saber que minhas palavras te tocaram...

    Sempre carrego esses pensamentos, demasiado triste ou demasiado feliz...

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