terça-feira, 20 de outubro de 2009

Meu inferno, meu mundo

O caminho mais profundo
De encontro ao inóspito.
Um deserto imundo,
O mal feitor recôndito.

A mais horrível figura
Em imperfeita clausura,
Controlando desejo e ambição,
Conduzindo pensamentos
E os tormentos da sedução.

Da ternura ao pecado
Aquele sentimento imaculado
Levado ao terror.
O prazer do ciúme
Ocasiona horror
No mais alto cume.

O homem ignóbil
Tecendo retalho inconsútil
Com a linha quimérica
Do prazer vil
Que nem a si serviu.

Parte da América
E contagia o mundo
Tornando imundo
O transfigurado singelo.
Enquanto o nojo profundo
Corroe a face do belo,
O homem liberto
Prende-se no maior deserto,
Caminhando sobre sentimentos
Transformando-os em pedaços sebentos.



Marcos Fernandes

Nenhum comentário:

Postar um comentário